Porque se o José Wilker pode, eu também posso.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

O número 23

(The Nunber 23. Joel Schumacher)





OK. Respirando fundo.

Vamos começar dizendo que não era meu plano orginal ver esse filme. O gênero em que ele se enquadra não desperta interesse da minha parte e o Jim Carrey... bem, eu olho para ele e me lembro de Ace Ventura. Argh.

Nesse filme em questão, eu não sei o que o Jim Carrey quis ser. Um ator cômico fingindo ser sério e perturbado, um ator perturbado tentando sendo cômico. De qualquer forma, não funcionou para mim.

A própria história do filme é um clichê. Um homem com uma vida normal, uma esposa normal, um emprego normal e um trabalho normal ganha um livro. Um livro que lembra em muitos pontos a sua própria vida. Jim Carrey (Walter Sparrow/Fingerling) é esse cara. E em quatro capítulos do livro ele começa a ficar obcecado pelo número 23. Que aparentemente é o próprio demo.

Sobra para Virginia Madsen (Agatha Sparrow/Fabrizia), a coitada da esposa, ter que aguentar o marido psicótico fazendo as mais esdrúxulas combinações possíveis com os números, forçando aé dar 23. Ou 32, que é vinte e três ao contrário.

O filme se arrasta exactamente nessa linha - 'oh meu Deus, a história do livro é a minha vida. vou virar um assassino. o número 23 controla tudo e todos, blá, blá, blá'. Flashbacks repetidos, edição frenéticas de memórias e de sons, qualquer coisa para tentar dar um clima macabro para o filme. Tentar.

Então alguém deve ter lembrado o diretor que estava na hora de dar um final para aquela palhaçada toda. E com uma tentativa de dar uma reviravolta na história, lançam uma explicação-final nos últimos sete minutos do filme, deixando buracos inacreditáveis e uma vontade de explodir a cabeça do roteirista.






segunda-feira, 16 de abril de 2007

Scoop- o grande furo

(Scoop. Woody Allen)
Primeiro, deixar por escrito a minha indignação com a mania de subtítulos brasileiros. Não se exatamente que compulsão é essa que faz três em cada dez filmes ganharem esses subtítulos ridículos, mas tenho certeza que com tempo e tratamento correto, tem cura.
Alguns filmes são feitos com o objetivo de diverir o telespectador. Não provocar profundas reflexões sobre a origem da vida e a existência da alma. Algumas você tudo o que você deve fazer é comprar uma pipoca, sentar na sala do cinema e aproveitar e, se possível, parar de tentar enxergar uma metáfora escondida por trás das mais simples falas.
Pois é assim que encaro Scoop. Leve, despreocupado e muito divertido. Por que querer mais?
Scarlett Johansson (Sondra Pransky - aliás, que tipo de nome é Sondra?) é uma estudante de jornalismo que recebe uma informação de um jornalista morto - uma informação que pode levar a identidade de um serial killer e a publicação de uma grande matéria. Com a ajuda de Woody Allen (Sid Waterman) ela começa a investigar Hugh Jackman (Peter Lyman), bonito, rico e suspeito de ser o assassino.
Alguém finalmente percebeu que Johansson é linda, mas não é sexy. E que é mesmo melhor se ela não voltar ao papel de 'sedutora', porque possuíu tanto sex appel como um pote de geléia. E Jackman é lindo e tudo, mas totalmente secundário. Todas as suas cenas com a Scarlett tem o foco nela, e no máximo durante cinco minutos ele é o centro. O filme é mesmo do Woody Allen, que chama a atenção em todas as cenas como um mágico que não consegue parar de falar.
O filme não traz grandes reviravoltas na trama, mas isso não o torna monótono. Nem mesmo consigo me lembrar da última vez que ri a ponto de chorar em um filme.
Mas é claro que você não pode entrar na sala de cinema esperando outro Ponto final- Match point...

Deu a louca em Hollywood

(Epic Movie. Jason Friedberg, Aaron Seltzer)
Sim. Eu sabia que não ia prestar. E estava certa.
Isso é basicamente tudo o que tenho a dizer sobre esse filme.
Exceto, talvez, que estou contando o tempo até ver o nome de Nicolas cage num cartaz de um semelhante da próxima vez que for no cinema...

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Letra e Música

(Music and Lyrics. Marc Lawrence)

Se o nome Hugh Grant está em um elenco de qualquer filme, você já sabe o que se deve esperar do mesmo. Ele está para romances água com açúcar como o Adam Sandler para as comédias sem graças. Ou o Ben Stiller, o que você preferir.
Aparentemente todos os trabalhos do Hugh Grant ele interpreta o moço esnobe e com charmoso sotaque inglês que conquista a mocinha. Certo que nesse filme, se você fechar os olhos, é possível imaginar com perfeição a voz do Simon Cowel, o do American Idol. E antes que me perguntem, isso não foi exactamente um elogio.
Não entendo porquê ele faz tantos sucesso como galãs. Ele nem ao menos preenche um dos requisitos principais: ele não é bonito. Além de que não tem química alguma com nenhuma das suas personagens. Ver ele beijar alguém em cena é o mesmo que assistir alguém com os lábios em uma laranja.
Nesse filme específico ele é Alex Fletcher, ex-integrante de uma banda sucesso dos anos oitenta, o extinto POP. O grupo de estrondoso sucesso chamado POP. O próprio filme começa com o clipe de um antigo sucesso da banda. E só o clipe merece o preço do ingresso do cinema (sempre considerando, é claro, que assisti o filme em dia de promoção).
Com o final do grupo, Alex Fletcher se vê mais velho e fazendo apresentações das velhas músicas em reuniões de colégio e parque de diversões. Até que conhece Drew – engraçadinha como sempre, e nada além disso- e descobre que ela tem o talento inato para escrever música. E ele para criar melodias.
O filme vai muito bem pro cerca da metade. Leve, sem pretensões e ironizando a indústria fonográfica, principalmente na figura da diva teen do momento, uma verdadeira mistura de Britney a Gwen Stephany. Mas quando começa a procurar desesperadamente uma profundidade emocional que não existe, perde a mão.
Qual é o problema em um filme leve?
A engrenagem do filme emperra quando Drew e Hugh brigam. Sim, porque mesmo o filme sendo classificado como uma comédia romântica, não vi os dois como ‘um casal’, nem ao menos uma única vez. Enquanto esperamos para que eles se acertem, os minutos passam mais devagar.
Sou bem mais rápido o ritmo rápido e a crítica leve.



I said I wasn't gonna lose my head,
but thenPOP! Goes my heart.
(POP! Goes my heart)
I wasn't gonna fall in love again,
but thenPOP! Goes my heart.
(POP! Goes my heart)
And I just can't let you go,
I can't lose this feeling.




terça-feira, 10 de abril de 2007

Eu sempre gostei do Nicolas Cage. E nem ao menos sei porquê.
Ele não é um bom ator e nem ao menos é bonito. Atua sempre com a mesma cara, mas é hábil o suficiente para dar a impressão que está fazendo diferente.

Mas a minha questão é: por que ele decidiu se tornar o mais novo ator a topar qualquer trabalho por dinheiro? Que eu espero que ao menos seja muito dinheiro. O que mais faria alguém aceitar o papel principal em O Sacríficio?
E depois, quando eu comecei a pensar que ele tinha voltado ao normal, vejo o trailer de O Motoqueiro Fantasma no cinema.
OK. Não é que o filme é pipoca e não tem ambição. Existem filmes feitos com o estrito propósito de divertir alguém e que não te deixam com náuseas quando você saí do cinema. Só que esse não é o caso.
Mesmo tendo menos de duas horas acaba sendo um dos filmes mais longos que já vi. E dou um destaque todo especial para a cena em que a moçinha descobre que o seu amado de infância é na verdade um motoqueiro amaldiçoado pelo demo e quando se aproxima para tocá-lo (música melosa ao fundo) ele se vira o rosto e abaixo os olhos, envergonhado. E solta 'monster'.
É, pode apostar.
E dói o coração saber que Nicolas Cage - não tinha um ator mais barato para fazer o filme, não? - topou fazer o papel. E tudo por um míseros milhões de doláres.
Aparentemente, se você for um ator e receber uma proposta irrisória, mande para Cage. Não demora muito ele vai estrear um filme como assistente do Jackie Chan ou brilhará na continuação de Gigolô por acidente.
Estou com dedos cruzados para, pelo menos, uma indicação para o Framboesa de ouro.