Porque se o José Wilker pode, eu também posso.

domingo, 31 de maio de 2009

Star Trek

(Star Trek: J.J. Abrams)


O que você faz quando tem a missão nas mãos de adaptar para cinema uma série que possui uma das hordas de fãs mais xiitas do mundo? Simples. Você aproveita sua experiência com Lost (o que é a quinta temporada, Deus meu?) e mexe com o tempo, criando assim uma realidade alternativa de um mundo paralelo onde nada do que aconteceu na série original tem qualquer pertinência. Logo, carta branca para fazer o que quiser.

Como não conheço nada de Star Trek - fora a saudação do Spock - não sou eu quem vai apontar se sacrilégios foram cometidos na adaptação e tals (reclamações como: "porque que absurdo, o cabelo de fulana era bem mais curto no original" e "o personagem X falava isto e não aquilo" não me interessam mesmo). Tudo o que sei é que o roteiro, em si, podia ter sido bem pior.

Tudo começa quando Kirk pai (Chris Hemsworth) está super de boa em sua nave no espaço, até ser atacado por uma super-nave-monstro que surgiu do nada e que tem como capitão Nero (Eric Bana, sem sobrancelha e cheio de tatuagens bizarras no rosto), que demanda falar com Embaixador Spock - que ninguém nunca viu mais gordo. Logo, Nero se irrita com tudo aquilo e como bom vilão de filme de ficção científica resolve explodir geral. Uma sequência de efeitos especiais depois, temos um Kirk pai se sacrificando para salvar a tripulação de sua nave e dar uma chance para que sua esposa, Winona (Jennifer Morrison), saia ilesa e ainda tenha seu filho em segurança.


(insira sua lágrima de emoção aqui)



Depois desse prólogo de quinze minutos o filme começa. Temos então uma passagem rápida pela infância dos nossos heróis: James T. Kirk (Chris Pine) como um rebelde mirim que se diverte correndo por aí em altas velocidades ao som de Beastie Boys; e Spock (Zachary Quinto, o vilão sem sal de Heroes) como um ser dividido entre a lógica inerente aos vulcanos e a emoção sentida pelos humanos - e qual caminho deveria seguir.


Tal conflito, na verdade, norteia o filme todo. As duas horas e pouco que você passa sentado no cinema servem justamente para mostrar essa luta, com Kirk representando a emoção irresponsável e Spock a lógica fria e calculista. Depos não entendem como formaram uma das equipes mais famosas da história do entretenimento.


O filme logo dá um salto para a fase edolescente/adulto dos dois, com ambos cruzando caminho quando se alistam na Frota Estelar. Aí surgem os outros episódios do filme: Capitão Pike (Bruce Greenwood) responsável por transformar a rebeldida de Kirk em uma força de trabalho e o cara dos discursos "você precisa honrar o nome do seu pai" (top gun much?); Tenente Uhura (Zoe Saldana) a especialista em línguas que serve como o único foco romântico da trama; McCoy (Karl Urban) o médico que odeia voar e companheiro de aventuras de Kirk; e Chekov (Anton Yelchin), para mim o personagem secundário mais divertido da coisa toda.


Aos poucos a história vai se delineado - temos em emaranhado de buraco negro, perseguições, vinganças, viagens no tempo, realidade alternativa e sei-lá-mais-o-quê. Tudo temperado com uma dose saudável de efeitos especiais. O resultado final acabou sendo bem melhor do que eu esperava (uma vez que não esperava quase nada, esse não é o maior dos elogios, mas enfim...) e esse é, sem dúvidas, o melhor filme pipoca que vi em 2009.


[é claro que o ano acabou de começar e Transformer II vem aí]