Porque se o José Wilker pode, eu também posso.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Mandando bala


(Shoot 'Em up- Michael Davis)


Dá uma olhada no nome desse filme. Isso basicamente resume o que acontece nele. Pouco mais de 1h30min de ação basicamente sem parar da maneira mais absurda e deslavada que você já viu. Sim, todos os filmes de ação apresentam seqüências humanamente impossíveis, mas esse em especial faz desse mote seu tema central.


Já começamos o filme com um close quase em preto e branco do Clive Owen (Mr. Smith), com aquela expressão indefinida que o Matt Damon usa o tempo todo em sua série Bourne. Se mantêm da mesma maneira por alguns segundos até que ele começa a comer uma cenoura. Isso mesmo, uma cenoura. Que já é usada como arma na primeira cena do filme - é impressionante a quantidade de pessoas que você pode matar com uma raiz.A partir daí, qualquer um que esperava um filme sério, pode recolher a sua pipoca e mudar de sala de cinema.


Após enfrentar cerca de trinta capangas para proteger uma mulher em trabalho de parto, Mr. Smith se vê com um bebê nos braços - o que não o impede de saltar de prédios e trocar mais alguns tiros. Quando Hertz (Paul Giamantti, surpreendentemente divertido), o vilão que está sempre no celular com a esposa, continua a perseguição, Smith percebe que o alvo não era a mãe, e sim, o bebê.

Clive Owen agora está com um bebê que não pára de chorar nos braços, e suá única opção é levá-lo ate a prostituta Donna Quintano (Monica Belucci) que faz o papel de seu precário par romântico. Os dois saem juntos contra uma bateria infindável de homens vestidos de preto que são contratados para matar o bebê. Temos então um filme repleto de cenas sem o menor sentido, tão absurdas na sua violência que não se pode deixar de rir. É um daqueles filmes tão, mas tão ruins, que chega a ser bom.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Hairspray- em busca da fama

(Hairspray, Adam Shankman)

Quando cheguei no cinema para comprar ingresso para esse filme (não, é sério, ele acabou de estrear na minha cidade) a mocinha vendedora já soltou um aviso: "espero que goste de música, porque é do começo ao fim." Tirando a parte óbvia da informação, Hairspray é um daqueles musicais pesados, com pouca cenas sem música/dança coreografada e caso seu nível de tolerância a canções não chegue muito alto, não assista.

No meu caso, que já adoro um musical, achei que o filme cumpre o seu papel. Algo fofo, com músicas divertidas e roupas coloridas e são duas horas para se divertir, sem se preocupar com nada demais. E tirando a bizarrice inicial de ver Travolta na pele de uma mulher, o filme flui naturalmente.


O filme conta a história de Tracy Turnbland (Nikky Blonsky), uma espécie de Polyanna com uns bons quilos a mais, que sonha em fazer parte do programa de Televisão de Corny Collins (James Marsden, o Scott de X-men) e dançar e cantar e dançar mais um pouco. No começo conta com a oposição de sua mãe (John Travolta) por acreditar que ninguém vai dar um lugar no programa de TV para alguém que não use 38, mas acaba aceitando ao ver sua filha se tornar a garota mais popular do show.

É claro que a antiga garota mais popular do show, não gosta de se ver substituída. Sua mãe (Michelle Pfeiffer), que também é uma espécie de diretora do programa, faz de tudo e mais um pouco para se livrar tanto de Tracy como das tendências do programa em abrir espaço para os negros - entrando aí um mini-conflito racial que serve como pano de fundo para a revolta de Tracy.

Juntando tudo isso, mais uma boa quantidade de músicas grudentas e coreografias divertidas, sem contar a sempre ótima Queen Latifah, Hairspray vale a pena.


(ah, e não vou comentar novamente a aparente necessidade brasileira de subtítulo. Não vou.)

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Paranóia

(Disturbia, D.J Caruso)




Mais um filme de suspense em que você já sabe basicamente toda a história pelo trailler. É claro que a esperança é a última que morre (gente, esse ditado entra com certeza no top 5 'sabedoria popular' mais irritantes) e lá vamos nós para o cinema novamente.

Como ponto positivo temos a atuação de Shia LaBeouf (Kale) um dos poucos atores americanos que podem fazer um adolescente sem me darem totalmente nos nervos. Como negativo temos a completamente sem sal Sarah Roemer (Ashley) que além do nome, tem o esteriótipo de líder de torcida e o mesmo nível de carisma de uma torradeira.


A história começa com Kale e seu pai em uma viagem de piscaria nas montanhas - sabe-se lá pq homens precisam ir para o meio da floresta para fortalecerem os laços entre eles- e tudo é claro, lindo e em harmonia. Kale, seu pai e sua mãe (Carrie-Anne Moss, caindo para secundária após Matrix) formam uma família classe média comum americana. Até que o pai morre e Kale passa a ter distúrbios de comportamento, que se arrastam por um ano. Como ninguém tem o senso de mandar a pessoa para um psiquiatra, ele acaba socando um professor no rosto e pegando pena de três meses de prisão domiciliar.

E é aí que a história começa. Preso dentro de casa, logo começa a abservar a vida de todos os seus vizinhos, cada um deles com seus hábitos estranhos. Claro, exatamente nesta época muda-se uma vizinha gostosa para a casa do lado (Ashley) e ela tb passa a ser observada. Com o tempo, Kale começa a se dar conta de que seu viznho da casa da frente pode não ser um ordinário velho - e sim um psicopata. Contando com ajuda de Ashley e seu amigo asiático idiota Ronnie (Aaron Yoo) eles começam uma campanha para descobrir a verdade... e aí todo mundo já sabe a continuação.


As melhores cenas do filme estão em seu começo, perdendo a intensidade conforme o filme se arrasta. E por mais jogos de câmeras que você faça e música de suspense que utilize, se o vilão não te der medo, nada feito. E Mr. Turner (David Morse) não cumpre esse papel. Sim, ele é estranho para caramba (o velho tem até um mini rabo-de-cavalo), mas não de uma maneira que te vontade de se encolher na cadeira e fechar os olhos. Um filme desses com Jack Nicholson... ele sim me dá medo.

Primo Basílio

(Primo Basílio, Daniel Filho)





Vamos começar com uma pequena confissão. Sinto muito em dizer que tenho preconceito com cinema brasileiro sim senhor. Sabe-se lá porquê razão a noção de que filme nacional não presta ficou pregada em meu peito, mas fazer o quê? Essa é a realidade.

Mesmo assim tento não ir com a cabeça muito feita para o cinema, já você sempre pode se surpreender -O ano que meus pais sairam de férias é ume xecelente exemplo de como posso queimar a língua por falar mal de filme brasileiro. Uma pena que desta vez...

Acho que não é necessário uma sinopse da história, já que todo mundo já foi obrigado a ler esse livro do Eça de Queirós durante a escola. Particularmente, eu gosta da história. E do Eça. O que deixou a vergonha do filme ainda mais funda. Nada como uma produção nacional para pegar um roteiro e se focar em... sexo?

A história progride de uma maneira bizarra, a crise interna passada pela Luisa sobre começar auma traição e finalmente conseguir alguma emoção em sua vidinha de dona de casa (Débora Falabella, com uma atuação no nível da Thalia e uma cor de cabelo para lá de estranha) é apresentada em, no máximo, cinco minutos. E é esse, basicamente, o enredo do livro.

Sem contar que Reynaldo Gianecchini? Sim, ele é bonito. E ponto final.

O único ponto que não me deixou deprimida a respeito desse filme foi a atuação de Glória Pires no papel da empregada Juliana - e se cheguei ao ponto de elogiar Glória Pires, bem... não sei quanto mais dá para afundar.


Com um filme como Primo Basílio como exemplo,como posso ter qualquyer outra pré opinião sobre filme nacional?

sábado, 14 de julho de 2007

Zodíaco

(Zodiac. David Fincher)


O último filme do gênero quem-será-o-serial-killer que eu assisti foi Dália Negra. Foi um balde de gelo na minha cabeça. Isso que dá ir no cinema com altas espectativas a respeito do que vai assistir: o filme simplesmente não convence.

Por essa razão, não dei ouvido as críticas positivas do filme e entrei na sala esperando um remake do Dália Negra. Aí a minha surpresa: o filme é envolvente, é longo sem se tornar cansativo, os personagens paracem reais para mim - não aqueles absurdos tirados das páginas de um livro.

O filme mostra a vida de pessoas que foram influenciadas pela presença do seria killer, que começa a mandar cartas à imprensa, chama a si mesmo de Zodíaco e tem o sonho oculto de ser famoso. Nada melhor do que ser famoso matando, não?

Temos então as mudanças que as ações do assassino causam na vida do cartunista Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal) que começa a ficar obcecado pela identidade do psicopata, suas razões e seus códigos a ponto de destruir sua vida pessoal. Na vida do Inspetor David Toschi (Mark Ruffalo), que está ótimo; e também na vida do repórter policial Paul Avery (Robert Downei Jr.) que acabar bêbado e uma casa caindo aos pedaços.

De maneira inteligente o filme deixa pistas de um mistério que existe na vida real e que nunca foi verdadeiramente solucionado. Mas como Mark Rufallo responde ao comentário de que consiguirá capturar o assassino: 'claro que vou. Já estão até fazendo filmes a respeito'.

Ótemo.

Harry Potter e a ordem da fênix

(Harry potter and the order of the phoenix - David Yates)


Harry Potter.

É difícil classificar os filmes dele, já que se você for parar mesmo para pensar, bom... nenhum deles presta. Agora, considerando o fato de que a primeira vez que eu li um de seus livros eu tinha cerca de onze anos. Logo, tem toda a mística da infância que entra na brincadeira, e fica difícil ser imparcial.


Nesse filme, Voldemort (Ralph Fiennes) está de volta. Harry (Daniel Radcliffe) está em crise pessoal complicada pelo fato de que ninguém no mundo da magia acredita em sua palavra. A completa inabilidade do Daniel Hadcliffe demosntar emoções fica mais evidente em cada filme que passa. Hermione (Emma Watson) ainda fica parada em um canto com cara de quem está prestes a cair no choro. Rony (Rupert Grint) está cada vez mais secundário.

Dos personagens novos, Luna (Evanna Lynch) é uma graça. E Belatrix (Helena Bonham Carter) deveria ter sido muito mais aproveitada.


Esse filme específico é uma piada. O livro mais longo foi adaptado em duas horas e vinte minutos. Isso é basicamente o

mesmo tempo do primeiro filme - metade das páginas, se muito. Como resultado, temos um filme picotado onde eu duvido muito que alguém que não tenha lido o livro entenda.

É claro que existem milhares de cenas nos livros que não foram reproduzidas na tela do cinema. Mas isso é normal. Não sou daqueles fãs xiitas que reclamam a casa segundo 'a frase era blá blá blá blá e não blá, blá' ou 'cadê a cena tal?' - e sem essa de que o livro é melhor do que o filme. Um livro é sempre melhor do que o filme feito a seu respeito, a diferença está no fato de que os únicos filmes em que as pessoas realmente perdem tempo lendo o livro antes é Harry Potter e Código Davinci.


Como destaque temos os vários momentos Disney do filme, do tipo 'todos os magos poderosos começam quando crianças, se eles podem , nós também' - Harry em um momento vamos-todos-nos-unir-e-derrotar-as-trevas.

domingo, 17 de junho de 2007

Shrek 3

(Shrek The third- Chris Miller, Raman Hui)



O ogro verde está de volta. E nem bem lançaram a terceira parte da aventura, já se decidiram pela Quarta e Quinta parte da série. Rápido, não?
O filme continua no básico: fazer piada utilizando personagens estilizados de contos de fadas. O que era uma excelente idéia no primeiro e segundo filmes perdeu muito do fôlego no terceiro. Algumas cenas engraçadas, é claro, mas de modo geral perde feio para o começo da narrativa (algo que vem acontecimento muito ultimamente... aparentemente ninguém é capaz de completar um ‘terceiro filme’ satisfatório).

Nesse filme, Shrek se vê na posição do rei, quando o pai da Princesa Fiona, agora transformado em sapo, morre. Mas é claro que assumir o comando do reino não chega nem perto do que Shrek quer fazer no futuro, já que não envolve voltar para o seu pântano e viver em meio à lama. Para que isso se torne realidade, deve procurar um outro herdeiro ao trono: o jovem Arthur.
Paralelo à isso temos o Princípio Encantado se unindo a todos os vilões (destaque para o Rumpelstiltzkin – adoro esse nome) para tomar o controle do Reino Tão tão distante e a gravidez inesperada de Fiona. O filme rapidamente descamba para uma série de cenas melodramáticas com discursos inspiradores sobre como cada um pode fazer seu poróprio destino e blá, blá, blá. Exatamente o tipo de lição de moral que existe em todos os filmes infantis e que ficou totalmente fora de lugar em Shrek.
Algumas das melhores sacadas do filme estão nas cenas passadas na escola onde Arthur estuda: o ambiente de um colégio americano transportado para o mundo do contos de fadas.

Tecnicamente, o filme é impressionante. Mas isso nem é mais preciso comentar: cada filme que saí apresenta avanços tecnológicos sobre o anterior. Como resultado temos uma animação digital de alta qualidade que aposta demais no carisma dos personagens e de menos no roteiro e na qualidade das piadas. É ligeiramente assustador se você parar para pensar que nada menos que sete pessoas foram responsáveis por esse roteirno... e não saiu nem perto de bom.

Um crime de Mestre

(Fracture. Gregory Hoblit)



Às vezes você vai até o cinema esperando o melhor filme da sua vida e saí com uma sensação de desapontamento no estômago. Outras, vai crente de que estará frente ao pior lixo de sua vida e deixa a sala com um sorriso no rosto. Mais raramente, espera um filme bom e é precisamente o que consegue. Sem decepções ou surpresas.
É isso que Crime de Mestre foi para mim. Um filme que correspondeu ao que esperava. E considerando que não esperava lá grandes coisas, isso não é exatamente um elogio.
Um filme policial que começa um crime já definido (algo que está inclusive escrito no cartaz do filme): Ted Crawfor (Anthony Hopkins) matou sua mulher. Sem dúvidas quanto a isso, já que a cena ocorre logo nos primeiros minutos da narrativa. A partir daí, Ted começa a sua jornada em enganar a todos e sair livre.
Anthony Hopkins é o fodão. O cara que tinha uma espécie de obsessão pela esposa – pelo menos vinte anos mais nova que ele – e que perde a cabeça quando descobre que está sendo chifrado. Mas perde a cabeça com classe: planejando um crime onde de onde possa sair absorvido.
Responsável pela ignóbil tarefa de prender Jack Nicholson está Willy Beachum (Ryan Gosling), um defensor público que só tem mais uma semana no emprego antes de se mudar para um dos melhores escritórios de advocacia da cidade e começar a ganhar dinheiro.
É claro que no decorrer na história o advogado se envolve pessoalmente com o caso e começa uma jornada de vingança pessoal contra Ted. ( Hopkins inclusive chega a fazer graça: “Vai me dizer que encontrou Deus? Que agora não é mais questão de ganhar ou perder, é questão de justiça?”)
O filme circula ao redor de uma simples questão – onde diabos está a arma do crime?- e mesmo assim não se torna cansativo. Temos Hopkins, que embora tenha um quê de psicopata, é sempre... bem, o Anthony Hopkins, e Ryan, bonito, articulado e simpático. A edição faz um bom trabalho, e embora alguns planos de camera fujam no estritamente convencional (não é em todos os filmes que gosto do excesso de closes) é impossível não sorrir enquanto Ted enrola tão docemente todos os policiais que estão na sua cola.
Sim, o filme é o que esperava que fosse. Sem surpresas.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Piratas do Caribe: no fim do mundo


(Pirates of the Caribbean: at the world's end- Gore Verbinski)



Deixa eu começar aqui dizendo que quando terminei de ver o segundo, tive um instinto assassino. Ele simplesmente não tinha um final. E eu tenho um sério problema com filme sem conclusão definida, esperando por uma continuação. Então imagina a minha alegria quando descobri que o terceito nada mais é do que um gancho para o quarto?


OK. Agora, sobre o filme em si. Sou fã incondicional do Johny Deep, logo nada do que escreverei aqui será imparcial. Ele é simplesmente o cara e vale o ingresso do filme. Quanto a história em si... bem, o que se pode esperar de um filme que foi começaram filmar antes de concluir o roteiro?

Tá, estou sendo chata. É que o primeiro foi uma surpresa tão boa para mim que fico esperando o mesmo das seqüências. Acontece que as continuações vem com a obrigação de serem sucessos arrassadores. Sabe o que isso significa hoje em dia, não?

Efeitos especiais, efeitos especiais e efeitos especiais.

O que, não é nem preciso dizer, o filme tem de sobra, todos perfeitamente executados. Só esperava um pouco mais.

O filme começa com Barbossa (Geoffrey Rush), Elizabeth (Keira Knightley) e Will Turner (Orlando Bloom) atrás de Jack (Deep) no fim do mundo. E a partir daí várias sub-tramas onde um traí o outro e tenha certeza que muita gente se perdeu no meio do caminho. Algumas dúvidas ficaram - como o que acontece com a Calypso? - que devem ser retomados no próximo.

No geral, o filme faz o que deve fazer: é interessante e divertido. Pena que na inevitável comparação com o primeiro, perde feio.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

(Spider Man 3. Sam Raimi)

Existe uma raça em extinção em Hollywood. E Homem Aranha 3 é o último grito de desespero que comprova: precisa-se urgentemente de roteiristas.
Tudo nesse filme é abaixo do que você espera. Ou melhor, quase tudo. Não se pode discutir que os efeitos especiais são excelentes – praticamente a única característica do filme para qual você pode aplicar esse adjetivo. Aparentemente, tentaram compensar a pouca densidade da história com explosões perseguições aéreas.
O filme consiste do eterno boboca mor, Peter Parker (Tobey Maguire) continua na sua rotina vida-dupla-faculdade-e-salvar-o-mundo, com a diferença é de que agora ele é aceito e amado pelo povo, que finalmente percebeu que o cara em roupa colante tá entrando em prédios pegando fogo e parando bandidos para deixar a cidade mais segura. Ah, ele também está namorando a sua paixão de criança, Mary Jane (Kirsten Dunst) – que continua em seu trabalho como isca preferida dos vilões que querem matar o homem aranha e que provavelmente deve ganhar seu salário por gritos.
E vilões é o que não falta nesse filme. Temos três, além da própria ‘batalha interna’ à qual o trailler se refere. Isso mesmo, quatro histórias paralelas e nenhuma desenvolvida com muita habilidade.
A explicação para a roupa negra do Parker é um vírus alienígena. Sim, um vírus alienígena (que aliás, é um ótimo gancho para o quarto filme, porque absolutamente nada foi explicado sobre isso). Logo, nosso herói não fica realmente mau. Ele é forçado a cometer maldades pela vida extraterrestre. E o visual que ele adota quando está passando pelo lado negro da força é o de um emo, com direito a um cabelo mais escuro e franja sobre os olhos. Será que existe alguma lição nisso?
É nessa fase em que a expressão do rosto do Tobey Maguire muda ligeiramente de um babaca para um wannabe-fodão-emo.
A trilha sonora do filme é um instrumental que me dava nos nervos – principalmente a música usada para os momentos de conflito interno do aranha. O filme tem menos de duas horas e meia e consegue ser muito, mas muito longo. Uma seqüência de clichês e clichês. Dou um destaque especial para a cena em que o caos está instalado: os vilões pegaram MJ – e agora quem poderá lhe salvar? Então chega o homem aranha, todo lindo pelos céus, para em ciam de um prédio com uma bandeira americana do tamanho de toda a tela do filme enquanto no fundo, tremulando ao vento enquanto a repórter diz que surgindo do nada, quando não se via mais esperança, aparece o Homem Aranha.

O filme vai ser um sucesso e vai render um quarto. E o meu medo é o que eles vão criar no quarto – difícil de superior o ‘nível’ que atingiram no terceiro. Eu só espero, de verdade, que arrumem um roteirista. Ou então, que esse seja mesmo o último.

Sunshine- alerta solar

(Sunshine. Danny Boyle)


Durante cerca da primeira hora de filme, eu podia jurar ali mesmo na cadeira do cinema que estava diante de um dos melhores filmes que já tinha visto em quesito edição, direção e principalmente em visual.
Os quarenta minutos finais do filme me provaram errada.
Nesse final a história dá uma guinada – uma que eu não achei particularmente boa, mas enfim... – e como o tempo é curto a maior parte da explicação para a coisa fica por parte da sua imaginação. Tudo bem, minha imaginação faz um bom trabalho em preencher lacunas. Agora, tudo tem um limite. E um filme que estava indo tão bem primando pela veridicidade em suas cenas (o que já é algo, considerando que o filme é uma ficção científica) passa um personagem que simplesmente não morre e dá uma mudada na direção, indo para aqueles corte frenéticos e cenas desfocadas que filmes de suspense/terror costumam Ter.
Ainda assim, visualmente é uma obra prima. Não só os efeitos especiais. Hoje é mais fácil ver um filme com efeito do que uma história propriamente dita. Mas a maneira como o efeito da luz entra na narrativa. Não muito longe do começo do filme tem uma cena com o capitão da nave que é simplesmente perfeita. Não preciso mais do que isso, pois se você viu o filme sabe do que estou falando.
A história é simples. O sol está morrendo, e como conseqüência nosso planeta. A missão da nave Icarus II é lançar uma bomba no sol e tentar reativá-lo, salvando assim milhares de vidas. Deixa eu fazer uma pausa par comentar que dar o nome de Icarus para uma nave que vai em direção ao sol já é começar a coisa com o pé esquerdo...
A tripulação é composta de oito pessoas, como o capitão que é obcecado pela nave que os precedeu nessa missão, a Icarus 1, e que desapareceu sem deixar vestígio; o psicólogo da nave (Cliff Curtis) Searle que tem fixação na luz do sol; e o principal Capa (Cillian Murphy) que não importa o que faça tem sempre cara de psicopata.


PS: olha o subtítulo aí gente.........

sexta-feira, 27 de abril de 2007

O número 23

(The Nunber 23. Joel Schumacher)





OK. Respirando fundo.

Vamos começar dizendo que não era meu plano orginal ver esse filme. O gênero em que ele se enquadra não desperta interesse da minha parte e o Jim Carrey... bem, eu olho para ele e me lembro de Ace Ventura. Argh.

Nesse filme em questão, eu não sei o que o Jim Carrey quis ser. Um ator cômico fingindo ser sério e perturbado, um ator perturbado tentando sendo cômico. De qualquer forma, não funcionou para mim.

A própria história do filme é um clichê. Um homem com uma vida normal, uma esposa normal, um emprego normal e um trabalho normal ganha um livro. Um livro que lembra em muitos pontos a sua própria vida. Jim Carrey (Walter Sparrow/Fingerling) é esse cara. E em quatro capítulos do livro ele começa a ficar obcecado pelo número 23. Que aparentemente é o próprio demo.

Sobra para Virginia Madsen (Agatha Sparrow/Fabrizia), a coitada da esposa, ter que aguentar o marido psicótico fazendo as mais esdrúxulas combinações possíveis com os números, forçando aé dar 23. Ou 32, que é vinte e três ao contrário.

O filme se arrasta exactamente nessa linha - 'oh meu Deus, a história do livro é a minha vida. vou virar um assassino. o número 23 controla tudo e todos, blá, blá, blá'. Flashbacks repetidos, edição frenéticas de memórias e de sons, qualquer coisa para tentar dar um clima macabro para o filme. Tentar.

Então alguém deve ter lembrado o diretor que estava na hora de dar um final para aquela palhaçada toda. E com uma tentativa de dar uma reviravolta na história, lançam uma explicação-final nos últimos sete minutos do filme, deixando buracos inacreditáveis e uma vontade de explodir a cabeça do roteirista.






segunda-feira, 16 de abril de 2007

Scoop- o grande furo

(Scoop. Woody Allen)
Primeiro, deixar por escrito a minha indignação com a mania de subtítulos brasileiros. Não se exatamente que compulsão é essa que faz três em cada dez filmes ganharem esses subtítulos ridículos, mas tenho certeza que com tempo e tratamento correto, tem cura.
Alguns filmes são feitos com o objetivo de diverir o telespectador. Não provocar profundas reflexões sobre a origem da vida e a existência da alma. Algumas você tudo o que você deve fazer é comprar uma pipoca, sentar na sala do cinema e aproveitar e, se possível, parar de tentar enxergar uma metáfora escondida por trás das mais simples falas.
Pois é assim que encaro Scoop. Leve, despreocupado e muito divertido. Por que querer mais?
Scarlett Johansson (Sondra Pransky - aliás, que tipo de nome é Sondra?) é uma estudante de jornalismo que recebe uma informação de um jornalista morto - uma informação que pode levar a identidade de um serial killer e a publicação de uma grande matéria. Com a ajuda de Woody Allen (Sid Waterman) ela começa a investigar Hugh Jackman (Peter Lyman), bonito, rico e suspeito de ser o assassino.
Alguém finalmente percebeu que Johansson é linda, mas não é sexy. E que é mesmo melhor se ela não voltar ao papel de 'sedutora', porque possuíu tanto sex appel como um pote de geléia. E Jackman é lindo e tudo, mas totalmente secundário. Todas as suas cenas com a Scarlett tem o foco nela, e no máximo durante cinco minutos ele é o centro. O filme é mesmo do Woody Allen, que chama a atenção em todas as cenas como um mágico que não consegue parar de falar.
O filme não traz grandes reviravoltas na trama, mas isso não o torna monótono. Nem mesmo consigo me lembrar da última vez que ri a ponto de chorar em um filme.
Mas é claro que você não pode entrar na sala de cinema esperando outro Ponto final- Match point...

Deu a louca em Hollywood

(Epic Movie. Jason Friedberg, Aaron Seltzer)
Sim. Eu sabia que não ia prestar. E estava certa.
Isso é basicamente tudo o que tenho a dizer sobre esse filme.
Exceto, talvez, que estou contando o tempo até ver o nome de Nicolas cage num cartaz de um semelhante da próxima vez que for no cinema...

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Letra e Música

(Music and Lyrics. Marc Lawrence)

Se o nome Hugh Grant está em um elenco de qualquer filme, você já sabe o que se deve esperar do mesmo. Ele está para romances água com açúcar como o Adam Sandler para as comédias sem graças. Ou o Ben Stiller, o que você preferir.
Aparentemente todos os trabalhos do Hugh Grant ele interpreta o moço esnobe e com charmoso sotaque inglês que conquista a mocinha. Certo que nesse filme, se você fechar os olhos, é possível imaginar com perfeição a voz do Simon Cowel, o do American Idol. E antes que me perguntem, isso não foi exactamente um elogio.
Não entendo porquê ele faz tantos sucesso como galãs. Ele nem ao menos preenche um dos requisitos principais: ele não é bonito. Além de que não tem química alguma com nenhuma das suas personagens. Ver ele beijar alguém em cena é o mesmo que assistir alguém com os lábios em uma laranja.
Nesse filme específico ele é Alex Fletcher, ex-integrante de uma banda sucesso dos anos oitenta, o extinto POP. O grupo de estrondoso sucesso chamado POP. O próprio filme começa com o clipe de um antigo sucesso da banda. E só o clipe merece o preço do ingresso do cinema (sempre considerando, é claro, que assisti o filme em dia de promoção).
Com o final do grupo, Alex Fletcher se vê mais velho e fazendo apresentações das velhas músicas em reuniões de colégio e parque de diversões. Até que conhece Drew – engraçadinha como sempre, e nada além disso- e descobre que ela tem o talento inato para escrever música. E ele para criar melodias.
O filme vai muito bem pro cerca da metade. Leve, sem pretensões e ironizando a indústria fonográfica, principalmente na figura da diva teen do momento, uma verdadeira mistura de Britney a Gwen Stephany. Mas quando começa a procurar desesperadamente uma profundidade emocional que não existe, perde a mão.
Qual é o problema em um filme leve?
A engrenagem do filme emperra quando Drew e Hugh brigam. Sim, porque mesmo o filme sendo classificado como uma comédia romântica, não vi os dois como ‘um casal’, nem ao menos uma única vez. Enquanto esperamos para que eles se acertem, os minutos passam mais devagar.
Sou bem mais rápido o ritmo rápido e a crítica leve.



I said I wasn't gonna lose my head,
but thenPOP! Goes my heart.
(POP! Goes my heart)
I wasn't gonna fall in love again,
but thenPOP! Goes my heart.
(POP! Goes my heart)
And I just can't let you go,
I can't lose this feeling.




terça-feira, 10 de abril de 2007

Eu sempre gostei do Nicolas Cage. E nem ao menos sei porquê.
Ele não é um bom ator e nem ao menos é bonito. Atua sempre com a mesma cara, mas é hábil o suficiente para dar a impressão que está fazendo diferente.

Mas a minha questão é: por que ele decidiu se tornar o mais novo ator a topar qualquer trabalho por dinheiro? Que eu espero que ao menos seja muito dinheiro. O que mais faria alguém aceitar o papel principal em O Sacríficio?
E depois, quando eu comecei a pensar que ele tinha voltado ao normal, vejo o trailer de O Motoqueiro Fantasma no cinema.
OK. Não é que o filme é pipoca e não tem ambição. Existem filmes feitos com o estrito propósito de divertir alguém e que não te deixam com náuseas quando você saí do cinema. Só que esse não é o caso.
Mesmo tendo menos de duas horas acaba sendo um dos filmes mais longos que já vi. E dou um destaque todo especial para a cena em que a moçinha descobre que o seu amado de infância é na verdade um motoqueiro amaldiçoado pelo demo e quando se aproxima para tocá-lo (música melosa ao fundo) ele se vira o rosto e abaixo os olhos, envergonhado. E solta 'monster'.
É, pode apostar.
E dói o coração saber que Nicolas Cage - não tinha um ator mais barato para fazer o filme, não? - topou fazer o papel. E tudo por um míseros milhões de doláres.
Aparentemente, se você for um ator e receber uma proposta irrisória, mande para Cage. Não demora muito ele vai estrear um filme como assistente do Jackie Chan ou brilhará na continuação de Gigolô por acidente.
Estou com dedos cruzados para, pelo menos, uma indicação para o Framboesa de ouro.