
OK. Respirando fundo.
Vamos começar dizendo que não era meu plano orginal ver esse filme. O gênero em que ele se enquadra não desperta interesse da minha parte e o Jim Carrey... bem, eu olho para ele e me lembro de Ace Ventura. Argh.
Nesse filme em questão, eu não sei o que o Jim Carrey quis ser. Um ator cômico fingindo ser sério e perturbado, um ator perturbado tentando sendo cômico. De qualquer forma, não funcionou para mim.
A própria história do filme é um clichê. Um homem com uma vida normal, uma esposa normal, um emprego normal e um trabalho normal ganha um livro. Um livro que lembra em muitos pontos a sua própria vida. Jim Carrey (Walter Sparrow/Fingerling) é esse cara. E em quatro capítulos do livro ele começa a ficar obcecado pelo número 23. Que aparentemente é o próprio demo.
Sobra para Virginia Madsen (Agatha Sparrow/Fabrizia), a coitada da esposa, ter que aguentar o marido psicótico fazendo as mais esdrúxulas combinações possíveis com os números, forçando aé dar 23. Ou 32, que é vinte e três ao contrário.
O filme se arrasta exactamente nessa linha - 'oh meu Deus, a história do livro é a minha vida. vou virar um assassino. o número 23 controla tudo e todos, blá, blá, blá'. Flashbacks repetidos, edição frenéticas de memórias e de sons, qualquer coisa para tentar dar um clima macabro para o filme. Tentar.
Então alguém deve ter lembrado o diretor que estava na hora de dar um final para aquela palhaçada toda. E com uma tentativa de dar uma reviravolta na história, lançam uma explicação-final nos últimos sete minutos do filme, deixando buracos inacreditáveis e uma vontade de explodir a cabeça do roteirista.