Porque se o José Wilker pode, eu também posso.

domingo, 18 de julho de 2010

Descrítica apresenta

Descrítica Apresenta:


Contrário ao que o mundo possa pensar, existem filmes que eu gosto. É, eu sei, chocante. Mas ainda é verdade. Como cansei de ouvir coisas do tipo “mas só sabe falar mal” e similares – e como não aguento mais meu pai comentando isso na mesa de jantar de casa (sim, meu pai lê meu blog. O que não é algo muito legal, ma-a-as...) - decidi, por livre e espontânea pressão, fazer um post mensal indicando alguns filmes que vi nesse período, e que me fizeram feliz por duas horas.

[Sim, poucos dos filmes indicados serão lançamentos. Não é a minha culpa que Hollywood está em uma fase de depressão faz mais de cinco anos e continua sem planos de sair de lá tão cedo.]


Amnésia


(Memento, Cristopher Nolan, 2000)

Nesses meus ** anos da minha vida (Glória Maria entenderia a omissão), sempre que alguém me perguntava se já tinha visto Amnésia meu cérebro substituía por Insônia, e eu não conseguia entender porque as pessoas ficavam falando tanto de um filme tão insosso.
Finalmente, entendi pq todo mundo me olhava estranho quando dizia que Amnésia não era “nada demais”. Você pode gostar ou detestar, mas tem que concordar comigo que esse filme é alguma coisa.
Para mim, antes de ver esse filme, Cristopher Nolan era o diretor de Batman. E, não me leve a mal, Cavaleiro das trevas é um dos melhores filmes de super heróis a ser lançados na última década. Fato. Mas esse feito se deve bem mais a atuação do Sr. Heath Ledger do que em qualquer mérito do diretor em si. Quer dizer, ele também fez Batman Begins, e vocês lembram do pé no saco que foi, não? Com Amnésia, Cristopher Nolan pulou de “ah, aquele cara que fez Batman?” para “nossa, quero muito ver o último filme dele”.
O que, vamos combinar, é muita coisa.


Quem tem medo de Virgínia Woolf?

(Who's afraid of Virginia Woolf?, Mike Nichols, 1966)

Existe uma regra dourada para quando se quer fazer filmes. A primeira coisa que deveria preocupar qualquer pessoa, antes de escalar ator principal, decidir diretor, pensar na fotografia e figurino: o roteiro. Pense no lugar melhor que a humanidade seria se o Sr. James Cameron tivesse se lembrado dessa regra antes de gastar sete anos de desenvolvimento de tecnologia em um roteiro como o de Avatar.
Essa é uma das razões pelo meu amor a filmes antigos: como não existiam efeitos especiais na época, eles meio que eram obrigados a prender a atenção do telespectador de outra forma. E essa forma, na maior parte das vezes, era o roteiro.
Quem tem medo de Virgínia Woolf, baseado em uma apresentação ganhadora do Tony de melhor peça da Broadway de 1962, é um desses filmes sem muita ação, sem muito cenário, com quilos de diálogo e excelente atuações. São duas horas ininterruptas de jogos mentais e álcool, com a diva Elizabeth Taylor na mais perfeita encarnação do demônio. E, para quem gosta mesmo de cinema, é uma boa mudança de coisas como Twilight 3 e Fúria do Titãs que estão no cinema hoje em dia.


Descrítica não apresenta:

Anticristo

(Antichrist, Lars Von Trier. 2009)

Algo me diz que vou me arrepender de escrever isto, mas: o que diabos esse filme queria me fazer sentir? Nojo? Pq foi a única coisa que tive nesse filme. E considerando que Jogos mortais está aí para isso... (isso foi exagerado, e eu sei disso, mas ainda assim. Estou decepcionada. Posso?)

Lars Von Trier fez dois dos filmes que mais marcaram a minha vida: Dogville, que me fez chorar de raiva; e Dançando no escuro, que me fez chorar porque faço parte da raça humana. Ambos me chocaram de alguma forma, e essa era a razão de eu estar tão receosa (ok, ta bom, de estar com medo mesmo) de assistir Anticristo. Afinal, se Lars Von Trier estivesse tentando me chocar, eu não iria dormir por uma semana, certo?
Errado.
Sei exatamente o ponto em que perdi o respeito pelo filme: na cena do coitote(?) falante. O problema é que não sei se cheguei a ter qualquer respeito pelo filme para começo de conversa – sem contar pela sua fotografia, é claro. Tanto o prólogo quanto o epílogo são umas das construções cinematográficas mais lindas que já vi esse ano.
Se tivesse que dar uma resposta, diria que o problema foi justamente este: ele tentou me chocar. Mas ele tentou tanto, mas tanto me chocar que... não me chocou. Ou me fez pensar. Ou me assustou. Ou me impressionou de qualquer forma exceto pelo minha dúvida final de “por que as pessoas tinham certeza que teria medo desse filme??”
(suspiro) Sei muito bem que esse filme não é horrível. Mas depois de tantos meses de frescura da minha parte de assisti-lo, depois da crítica marcá-lo como “o melhor trabalho do diretor”, depois de Dogville e Dançando no escuro, me sinto no direito de dizer que não, não valeu a pena. Decepção é pouco para esse filme.

9 comentários:

  1. Prometo que se, por acaso, algum dia, assistirmos algum filme juntos, não te farei dar o braço a torcer e não torcerei teu braço hauahauhau.
    Eu sou da cidade do Rio Grande, aqui no Rio Grande do sul.... chove e faz frio e uma porção de livros e DVDs se disponibilizam para degustação.
    Fica o convite para dares uma passada no meu blog de desenhos http://wagnerpassosblog.blogspot.com , espero que tua critica sagaz não me detone tanto quanto o coitado do Livro de Eli e nem ao adoravel AVATAR.

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  2. Ah... não vi nenhum desses três filmes, então me abstenho em manifestar qualquer opinião. O que não me impede de gostar do AVATAR... e em 3D então, SENNNNNNNSACIONAL rsrsrs (isso é birra pra te deixar brava!)

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  3. Quero muito ver "Quem tem medo de Virgínia Woolf?". Mas provavelmente não vou achar pra alugar, vou ter que baixar. Pirataria wins.

    Quanto ao "Amnésia", eu também confundia com "Insônia", olhaívejavocê.
    Se pá tem mensagem subliminar no meio. [/conspiração]

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  4. ué, rafael, sério que não vai comentar sobre "anticristo"? hahahahha

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  5. Obrigado pelo coment la no meu blog de desenho e legal que tu curtiu. Já faz 10 anos que trabalho com isso, mas agora de maneira bem mais focada e objetiva. Minha ideia é ir num futuro proximo, passear por SP para fazer alguns contatos com editora.
    Estou trabalhando para deixar o meu portfolio legal e tentar ver o que rola.
    Quando vier para o Ri oGrande do Sul, avisa que será um prazer te apresentar a Maior Praia do Mundo, 220km de extensão, 2 dias de bicicleta (com vento a favor), ou 11 dias a pé rsrs.
    Se cuida ai e vamos manter as visitas, assim a gente estica o papo.
    Bjs

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  6. Sobre o Avatar, concordo... eu preferiria um filme muito mais pesadão e carregadão na ficção científica... mas eu gosto de filme de mulherzinha e a história de amor do fuzileiro com a ET é simplista mas é linda. hauhauahauh

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  7. Também quero ver "Quem tem medo de Virgina Woolf?". Vou pedir pro Rafael quando ele baixar, hm.

    E também me surpreendi por ele não ter comentado sobre "O Anticristo". Rafael decepcionando a nação.

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  8. Ok, ok, a pedidos, comentarei. Hueahuea

    Eu AMEI "O Anticristo". Assisti uma vez, gostei. Assisti a segunda, me veio outro ponto de vista e outra interpretação, gostei mais. Assisti a terceira, notei oooutra coisa, gostei mais ainda.
    Eu não gostei do filme porque ele (pra algumas pessoas) traz medo e asco. Eu gostei pois ele me mostrou de uma maneira como eu nunca tinha visto ou percebido como é a real natureza humana - é grotesca, brutal e agressiva. Muitas pessoas têm nojo do filme (sei que não é o seu caso, Livia), mas elas confundem: não é o filme que dá nojo simplesmente por ter algumas cenas fortes, mas sim o que ele retrata; o ser humano, a natureza humana crua e suas implicações. Isso comentando brevemente a primeira interpretação que eu tive.
    Concordo sim que ele tentou colocar algumas coisas e certas referências que provavelmente só ele e a mãe dele entenderam, acho que esse foi o único ponto fraco do filme - pra mim, exatamente por não pegar as referências.
    No mais, não vou comentar por aqui a segunda interpretação do filme, que seria a questão mais 'a fundo' e o que me faz entender o porquê do nome "O Anticristo" porque provavelmente choveria spoilers e um muro de texto altamente intimidante. Comentarei 'IRL' ^^

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  9. Ah, sim. E realmente, a fotografia, o prólogo e o epílogo são... gozantes. (não, não achei adjetivo melhor)
    Não encontrei nenhuma pessoa que discordasse disso em sã consciência (:

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vamos ver o quanto você discorda de mim