Porque se o José Wilker pode, eu também posso.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Austrália

(Austrália - Baz Luhrmann)







Definindo o filme em cinco palavras? Clichê, clichê, clichê, clichê e deserto.


Aqui temos mais um filme um tanto quanto não-louvável estrelado por Nicole Kidman – a Will Smith masculina. Nem mesmo me lembro mais qual seu último papel que não me deu náuseas. Provavelmente Dogville.

Em Austrália , Kidman é Lady Sarah Ashley, uma aristocrata inglesa de nariz empinado, pele branca, luvas e chapéus da moda. Como sempre, a atuação de Nicole envolve andar empinada e dar gritinhos esporádicos, enquanto faz caretas e tentando parecer corajosa.
De qualquer forma, Sarah decide deixar Inglaterra e partir para a Austrália, em plena véspera da segunda guerra, para convencer seu marido a vender as terras que possuem por lá. É claro que sofre um tremendo choque ao perceber que desembarcou em uma espécie de velho oeste americano sem locomotivas, onde toda a sua cultura refinada de dama inglesa conhecedora de chás não serve para porcaria nenhuma.
Para recebê-la e levá-la até Faraway Downs - a propriedade do marido - temos o Capataz (Hugh Jackman), o peão rústico e bonitão que não leva desaforo para casa e anda com uma faca na bota e uma arma na cintura e que não tem nem mesmo nome. É claro que eles se desgostam logo de cara.
Ao finalmente chegarem, depois de dias de viagens, é para descobrir que o marido de Sarah está morto. Chocada, Nicole não sabe o que fazer, e ao receber a visita de Nullah (Brandon Walters), uma criança mestiça que é também o narrador da história, fica ainda mais perdida – uma vez que Nullah lhe diz que Fletcher (, uma espécie de feitor da fazenda, está na verdade roubando todo o seu gado.
É claro que Fletcher está na verdade trabalhando para King Carney (Bryan Brown), o rei do gado da Austrália, que é claro, possui todas as terras existentes no país, menos a fazenda de Sarah. Sarah, então, decide demiti-lo, e cuidar do negócio sozinha. É claro que ela pede ajuda a Hugh Jackman para atravessar seu gado até Darwin, onde o venderá para o exército, quebrando assim o monopólio maligno de Carney. É claro que não vai ser uma tarefa fácil.
A partir daí temos várias tomadas do deserto, do gado e das aventuras e peripécias do povo da fazenda tentando levar o gado ao destino no tempo certo e escapar das armações de Fletcher. Se fosse um filme normal, terminaria por aí. Mas nããããão. Se trata de um épico que desenvolve mais duas linhas de histórias após essa, mas não tenho paciência para explicá-las. O fato é que, quando você pensa que está para acabar, mais uma coisa acontece.

Sei que estamos no começo do ano e tudo mais, mas esse filme é o filme mais chato que vi em 2009. A história é fraca, melodramática, impossível, cheia de buracos e com um diálogo retirado de um livro de auto ajuda. Vou mencionar apenas um dos vários erros de roteiro: quando Sarah se livra de Fletcher, ele se vinga rompendo a cerca da propriedade e todas – veja bem – todas as vacas de Nicole Kidman se espalham por aí. São cerca de, sei lá, 20000 vacas perdidas. Pois bem Hugh Jackman, que de repente se transformou no McGuiver, consegue reuni-las sozinha em três segundos.
Mágico, não?
Outro ponto bizarro é a presença de Rei George (David Gulpilil) – o velho índio curandeiro-xamã-faz-tudo que aparece no fundo de várias cenas, sem pronunciar uma palavra em inglês e sempre fazendo seu tipo básico de macumba. Quer dizer, ele é peça chave na história do filme e tals, mas, hem? Aborígene fazendo dança da chuva? Faça-me o favor.
Quanto a Nicole Kidman e Hugh Jackman... a verdade é que o diálogo é tão ruinzinho que nem sei se podiam fazer muito melhor. Fato é que Nicole Kidman é Nicole Kidman em todos os filmes que faz – e não, isso não é um elogio. Hugh Jackman cumpre seu papel de cara-sem-camisa e chamariz de garotas para o cinema, além de ficar bem no poster do filme.


A edição e o modo de filmagem lembra os filmes antigos de faroeste, o que deve deixar todos os saudosistas satisfeitos; só que sem química entre o casal principal, sem tantos tiros – embora haja explosões perto do final – e sem um roteiro que valha a pena. Uma coisa que Baz Luhrmann parece ter esquecido é que o que era aceitável, e até mesmo louvável, quando se trata de E o vento levou... , por exemplo, não funciona tão bem quando estamos no século XXI, e a maneira de se ver/produzir filmes mudou tanto. Sem contar a platéia hoje em dia espera um pouco de coerência dos filmes, sabe.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O Dia Em Que A Terra Parou

(The Day the Earth Stood Still -Scott Derrickson)



Outra em mais uma lista interminável de filmes em que você teria ganhado bem mais ficando em casa e, sei lá, contando as rachaduras do teto.


Nesse em particular temos Keanu Reeves como Klaatu, um extraterrestre altamente desenvolvido em forma humano. A única coisa que pode ser dita a respeito da atuação de Keanu Reeves é que ele é, como sempre, péssimo. Mas, como se trata de um alien sem emoções, a gente faz de conta que o rosto sem expressão dele é por conta do personagem, e não da falta de habilidade do ator.


Bom, Klaatu chega a Terra em uma bolha gigante que pousa - onde mais poderia ser? - nos Estados Unidos da América, o único lugar do mundo onde extraterrestres aparecem. Junto com Reeves chega um robo-ciclope-gigante que age como uma espécie de guarda, responsável pela segurança do mesmo e que reage a qualquer ação violenta.

Por outro lado temos Jennifer Connelly como Dra. Helen Benson, uma bióloga especilizada em vida espacial que vive uma relação um tanto conturbada com o filho do seu marido morto, o insuportável Jacob (Jaden Smith), uma criança que está em crise devido a morte de seu pai e não aceita a madrasta, passando o filme todo fazendo B quando Helen peça que ele faça A.


Com o desenrolar do filme fica bem claro qual é a missão de Klaatu e qual o papel de Jennifer Connelly: basicamente o de seguir Keanu Reeves por aí, tentando convencê-lo a seguir um caminho diferente e pedir pelo amor de Deus para que Jacob faça o que ela está pedindo ao invés de ignorá-la. Imagino que o personagem dela deveria provocar empatia nas pessoas, mas tudo o que queria fazer era dar um tabefe bem grande, tanto nela como no enteado.

O final é outro que não traz grandes novidades, e a mellhor parte dele é que o filme acabou e você pode voltar pra casa.


Sendo completamente honesta, o enredo do filme nem é assim tão ruim (e esse mérito não vai nem mesmo para essa produção, uma vez que esse filme é remake, so...) ainda mais considerando que é ficção científica, que consegue ser um dos gêneros mais copiar-colar de todos, com a possível exceção do terror. Mas ainda assim... nem mesmo pelos efeitos especiais vale a pena - uma vez que você pode vê-los todos no trailer do cinema, e assim economizar o preço da entrada.