Porque se o José Wilker pode, eu também posso.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Indicados Oscar 2012

Vamos lá. Finalmente, acabei de ver os 9 indicados pro Oscar desse ano. Pq 9, vc se pergunta? A partir do ano passado eles mudaram o esquema – tendo no mínimo 5 indicações e no máximo 10, vc não é mais obrigado a colocar filme ali porque precisa preencher cotas. E como a Pixar decidiu lançar Carros 2 (gente, né?) ficou faltando seu filme pra completar a dezena. É claro que a galera ainda indica filme que não tem porque estar lá (Cavalo de guerra é piada, não é possível) – a gente não é tão inocente assim, sabe que é uma máfia e que filmes vendem bem mais quando colocam as palavras mágicas “indicado ao Oscar” na capa do DVD.
Agora que já deixei a marca do meu cinismo, vamos aos indicados em si. Pra mim, o Oscar 2012 está a tradução perfeita do que o ano passado foi em termos de cinema: medíocre. Em geral não são ruins (exceções: A árvore da vida, Cavalo de Guerra), mas são bem bleh-normalzinhos. Sabe quando você tem uma banda preferida, e ela é mto foda? Sabe quando essa banda passa a não ser tão boa assim e lança músicas que, no passado, seriam no máximo lados B pra singles melhores? Você ainda gosta da banda, a música não é ruim, mas já foi tão melhor que dá até uma dorzinha escutar o cd novo. Eis é o Oscar desse ano, senhoras e senhores.

[opiniões pessoais – fique a vontade para discordar, se possível com um argumento mais inteligente do que “se não gostou faz melhor”. Ordem completamente aleatória.]


O HOMEM QUE MUDOU O JOGO

(Moneyball. Bennet Miller)

Meu problema com esse é muito simples – filmes que podem ser resumidos, sem o menor problema, em uma frase não deveriam virar produções de duas horas - exceto em casos excepcionais.
Exemplificando. Temos Invictus – Matt Damon joga rugby para o time da África do Sul; temos Hachiko: Amigo para sempre – cachorro leal espera o dono no mesmo lugar mesmo depois da morte; e temos O homem que mudou o jogo – usando um programa de computador o cara muda a maneira como beisebol é jogado. O que os três têm em comum? Eles são muito, muito arrastados, pq não existe mais nenhum tipo de conflito para impulsionar a narrativa, então como encher duas horas com só uma frase? Enchendo linguiça como se não houvesse amanhã.
Outra coisa, filmes baseados em fatos reais já começam om uma desvantagem séria: você sabe o final. Tá, a maior parte da produção de Hollywood anda tão clichê que você é capaz de adivinhar sem muitos problemas o final de qualquer filme, mas para aqueles que contam a historia de uma pessoa não há escapatória: você sabe. Sabe que o cara vai conseguir o emprego e virar o primeiro milionário negro dos Estados Unidos; sabe que os gêmeos não vão morrer no final porque o pai-médico vai achar a cura para a doença rara; sabe que o Titanic vai afundar. O suspense fica quase nulo – aí cabe à perícia do filme te fazer esquecer do que sabe e ficar preocupada junto com o desenrolar da ação. E perícia não é uma palavra que pode ser usada em conjunto com esse filme. Olha, já vi bem piores, inclusive nessa lista, mas esse filme é tão… bege e esquecível, sem contar cansativo e monótono, que foi uma luta aguentar o Brad Pitt cuspindo numa lata por mais de duas horas (precisava ser tão longo ainda por cima?)

Indicações: Melhor Edição, Melhor Mixagem de Som, Melhor Filme, Melhor Ator Principal (Brad Pitt), Melhor Ator Coadjuvante (Jonan Hill), Melhor RoteiroAdaptado. Deve levar: um grande nada, e a honra de ser o menos pior dos filmes indicados ao Oscar com o Brad Pitt num papel principal esse ano.Pode levar Melhor Roteiro Adaptado se a galera estiver mesmo a fim de rir da nossa cara (sempre uma opção).



OS DESCENDENTES

(The descendants. Alexander Payne.)

Um dos favoritos do Oscar desse ano, levando em consideração o fato de ter ganhado 2 importantes Globos de Ouro (Melhor Filme Drama e Melhor Ator Principal), é mais um filme bom do George Clooney. E é isso. Dessa vez, George Clooney interpreta ele mesmo como pai de família, a mulher em coma, e sua luta pra lidar com as duas filhas. O diferencial é que se passa no Havaí, então ele está de bermuda o tempo todo.
E não é que George Clooney não esteja bem nesse papel, nada disso. Mas ele está sempre bem nos papeis que fez pelos últimos, sei lá, cinco anos? Então não é nada demais. Sei que é injusto, mas quando o ator é consistentemente bom na sua profissão, você não liga mais qdo ele continua sendo bom. É diferente quando, por exemplo, o Christian Bale atua realmente bem em algum filme, pq como você não está acostumado, a coisa fica bem mais impressionante. Para alguém como Clooney ganhar, ele teria que ser ainda melhor do que normalmente é, e esse não é o caso.
Interessante pq tenho ouvido a crítica dizendo que esse é o melhor filme do ano, e as premiações parecem confirmar isso. E, tá, o filme é bom, não é isso. Mas o melhor do ano? Que coisa mais triste para 2011. No Oscar do ano passado tivemos pelos menos 5 filmes muito superiores ao que o pessoal está chamando de melhor desse ano, só pra fazer uma pequena comparação (Cisne negro, Discurso do Rei, A Origem, A Rede Social, Toy Story 3). Pessoalmente, achei o filme do ano retrasado do Clooney, o Amor sem escalasr, melhor do que Os descendentes. Mas o desse ano é mais “´sério” e lida com morte e traição, então tem aval para ganhar o Oscar.

Indicações: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator Principal, Melhor Edição, Melhor Roteiro Adaptado.
Deve levar:
olha, não leva Melhor Filme não, pq independente do que a crítica tenha dito, tem filmes bem melhores do que ele nessa lista. Talvez Melhor Ator, embora ache que o Jean Dujardin (“O artista”) merece mais. Se perder Melhor Ator e Melhor Filme, pode levar Melhor Roteiro Adaptado de consolação.



HISTÓRIAS CRUZADAS


(The help. Tate Taylor.)


Todos os anos nós temos os filmes chamados carinhosamente de Oscar bait – normalmente Holocausto/Guerra, mas a galera deu uma parada com esses nos últimos anos. O que temos agora é racismo ou filmes baseados em histórias reais – bônus se for baseado em uma historia real com racismo. De qualquer forma, um Oscar bait não é necessariamente ruim (Preciosa no ano passado um exemplo disso), mas é fácil demais pra cair num clichê e ser só mais um filme sobre o tema. [vide O homem que mudou o jogo]
Histórias Cruzadas é sobre uma jornalista que decide escrever um livro do ponto de vista das empregadas domésticas negras do sul dos EUA numa época que o pessoal nem mesmo pensava em disfarçar o racismo. Como quase todos os indicados desse ano, gostei do filme – exceto que pra ele ser bom-Oscar ainda precisava evoluir bastante. A Jessica Chastain está excelente como a patroa branca insuportável, e gosto da Emma Stone, ela tem carisma o suficiente para segurar um filme que mais parece uma série de curtas grudados no último minuto do que um longa-metragem consistente. Vale a pena assistir, e consegue ser emocionante em alguns pontos, mas... gente, falar sobre racismo (ainda mais no sul dos EUA que ainda é racista pra caramba) em um tom tão leve, como se uma simples travessura das empregadas para cima das patroas resolvesse a coisa toda é um tanto quanto... ingênuo, pra não usar outra palavra. Até o cartaz do filme é uma coisa meio hipster-divertida-descolada. Não precisa ser um dramalhão mexicano, mas achei fofinho demais pro tema. Posso estar com os padrões muito elevados, mas quando um filme é indicado pra Melhor Filme no Oscar ele deveria ser muito foda, e não simplesmente ok-é-bom.

Indicações: Melhor Filme, Melhor Atriz Principal, Melhor Atriz Coadjuvante (Jessica Chastain), Melhor Atriz Coajuvante (Octavia Spencer).
Deve levar: Melhor Atriz Coadjuvante (Octavia Spencer). Pq ela faz uma negra desbocada, e td mundo adora negra americana desbocada. Tá, tá, ela está bem. Mas ainda acho que a Jessica Chastain merecia mais. Talvez, e um talvez bem raso, leve Melhor Atriz Principal, mas esse deve ficar pra Meryl Streep diva mesmo.



MEIA NOITE EM PARIS


(Midnight in Paris.
Woody Allen)

Ah, meu Woody Allen lindo. Qualquer pessoa que me conheça um pouco mais sabe do meu amor por esse diretor/roteirista. Mas meu amor não me deixa cega, e justamente pq conheço bem mais da carreira dele do que de qualquer outro, posso dizer que Meia noite em Paris é um filme bom-normal do diretor, nem perto do que ele já fez. É o mesmo príncipio do que ocorre com o Clooney – quando você é normalmente bom, precisa subir o nível pra se destacar.
Se você nunca viu um filme do diretor, Meia noite em Paris é uma boa porta de entrada. E é isso. É um filme do Woody Allen, ou seja, o protagonista é um escritor em algum tipo de crise (agora, pq o Owen Wilson eu jamais saberei); diálogos rápidos com questões existenciais; algum tipo de elemento “mágico” contrastando diretamente com a modernidade da vida dos personagens. Segue todos os elementos que fizeram a fama do diretor/roteirista, é um bom filme, um dos melhores dessa lista, mas é mais da mesma coisa. Woody Allen vem fazendo o mesmo filme há anos, tipo Michael Bay. Com a diferença que WA é bom no que faz, então mesmo quando é quase igual, é um pouco diferente o suficiente pra se destacar e ser indicado.

Indicações: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Direçãoderte. Deve levar: Melhor Roteiro Original é o prêmio do Oscar que Woody Allen sempre mereceu ganhar, em todas as vezes que foi indicado (e já foram 15 vezes, dos quais ele só ganhou 2 pq a Academia tem problemas). Deviam renomear esse prêmio pro Oscar Roteiro Woody Allen e pronto.


A ÁRVORE DA VIDA


(Tree of life. Terrence Malick)


Esse filme, ah, Deus, esse filme.
(respirando fundo)
Tecnicamente, o filme narra o conflito interno de um dos três filhos de um pai violento e controlador e sua relação de amor-ódio com ele. É interessante notar que o pai (Brad Pitt) não é um “vilão” uni-dimensional, e acredita que está criando os filhos de maneira correta, embora seja um filho da puta. E que o filho (interpretado na vida adulta por Sean Penn, em cenas entrecortadas que não servem pra nada, não fazem sentido, arrastam a narrativa e criticadas pelo próprio ator) passa por uma série de emoções: ódio pelo pai, amor pelo pai, respeito pelo pai, amor pela mãe, ódio pela mãe deixar o pai mandar nela, ódio por ele mesmo por ser como o próprio pai... e são caracterizações complexas de emoções infantis bem ilustradas.
Agora, se o filme se focasse nisso, podia muito bem ser um filme bom. Mas não, não, não, não. O que eu acabei de narrar ocupa menos de 1/3 do filme inteiro – o resto é completo por cenas de natureza com música de PowerPoint de mãe no fundo; água-vivas; dinossauros; Sean Penn; linhas sussurradas para dar a impressão de profundidade para um roteiro que queria muito, mas muito mesmo, ser denso e metafórico. Existe um termo chamado “pretensão” e ele resume perfeitamente o que penso de A árvore da vida – entendo pq foi vaiado em Cannes. Quem não vaiaria? Só quem está com medo de dizer “O imperador está nu”.

Indicações: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Fotogtafia.
Deve levar: um grande aumento de vendas por poder colocar “Indicado ao Oscar de melhor filme” na capa do DVD.


A INVENÇAO DE HUGO CABRET


(Hugo. Martin Scorsese)

A primeira coisa que fiquei sabendo sobre o filme, antes de ver trailer, cartaz, ler sinopse, foi que era dirigido pelo Scorsese. A última coisa que esperava ao ver o nome do diretor é um filme que mais parece a adaptação cinetográfica de um romance do Dickens. É um bom filme familiar e uma escolha altamente bizarra para Martin Scorsese. E é um dos meus preferidos do Oscar desse ano.
Um filme mágico, contado através dos olhos de crianças, com sonhos e montagens extremamente bem feitas e robôs e a melhor trilha sonora do ano, é uma viagem lúdica de duas horas na vida de Hugo, um órfão que vive numa estação de trem em Paris, e o mistério do dono de uma loja do lugar. É um lindo conto de fadas, narrado com sentimento de forma que há muito tempo não via, com bons atores trabalhando com um bom roteiro e um bom diretor... salvou o Oscar desse ano de filmes bons-medíocres e elevou o padrão.
Agora, ele ainda é um filme familiar e “infantil”. Duvido muito que ganhe Oscar de Melhor Filme – e, de verdade, após ver o O artista sei que não merece. Mas com certeza é melhor do que o filme do Clooney sendo ele mesmo, então a galera podia rever um pouco os conceitos.

Indicações: Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Direção, Melhor Edição, Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Efeito Especial, Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado.
Deve levar: Pra mim, devia levar todos os técnicos com a possível exeção de Melhor Efeito Especial (pq “Harry Potter” merece) – é esse tipo de filme perfeito. Merecia Melhor Trilha Sonora, mas pode perder para “O Artista”, o que não seria tão injusto.Como não tem chance de Melhor Filme pq não é “sério”, pode levar Melhor Diretor. E Scorsese é sempre amor.



O ARTISTA


(The Artist. Michel Hazanavicius.)

Lá estava eu, vendo a lista dos indicados do Oscar, quando vejo que tem um filme mudo no meio. Meu primeiro pensamento foi, ai, Deus, pseudo-cults invadindo o Oscar. A coisa ficou ainda pior quando descobri que era uma produção francesa. Procrastinei até não poder mais pra ver esse filme (foi o penúltimo que vi) e... amei. É o melhor filme dessa lista, é o melhor filme desse ano, é o melhor filme que vi em muito tempo, e nunca foi tão satisfatório queimar minha própria língua.
Interessante que os dois melhores filmes do Oscar desse ano (O Artista e A invenção de Hugo Cabret) homenageiam a própria arte cinematográfica. Hugo mostrando a mágica quase infantil e a reverência das pessoas pelo cinema de Georges Mellies; O Artista mostrando a queda de um ator de filme mudo quando a indústria se transforma, com referências e homenagens “escondidas” em quase todas as cenas, do óbvio de Crepúsculo dos Deuses e Cidadão Kane, a mais sutis como Vertigo – um corpo que cai e Cantando na chuva (e muitos mais que eu provavelmente não peguei). É um filme mudo preto-e-branco, e em nenhum momento você se cansa dele, mostrando que você não precisa de diálogo em si para construir um bom roteiro, e quando ele é bom, não é cansativo [vide A árvore da vida]. O Artista faz o que um filme devia fazer: faz com que você esqueça sua vida por duas horas e mergulhe nos problemas de desconhecidos, e lava a sua alma quando finalmente acaba.

Indicações: Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Direção, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Filme, Melhor Ator Principal, Melhor Atriz Coadjuvante (Berénice Bejo), Melhor Roteiro Original.
Devia levar: Melhor Filme, com toda a certeza da minha vida. Devia levar tb Melhor Ator Principal, pq digam o que quiserem, Jean Dujardin está infinitamente melhor que George Clooney. Ele carrega o filme sem abrir a boca, vamos lá, gente. Melhor Roteiro Original deve ficar pro Woody Allen mesmo, Melhor Diretor pro Scorsese. Pode ser que leve Melhor Trilha Sonora, embora ainda prefira “A invenção de Hugo Cabret”.


CAVALO DE GUERRA


(War horse. Steven Spielberg)

Antes de ver esse filme pensava que era mais um filme fofo clichê da Disney com animais. Depois de ver esse filme percebi que é mais um filme fofo clichê da Dreamworks com animais.
O que esse filme está fazendo nessa lista? Não tinha Pixar e eles decidiram que precisava ter algum mais “infantil” pra preencher a cota? Pq, por mais que eu tenha detestado A árvore da vida, é o tipo de filme pseudo-cult que as pessoas gostam pq querem parecer mais evoluídas intelectualmente que o resto da raça humana. Ou seja, críticos amam. Mas Cavalo de guerra? É um filme da sessão da tarde, é A incrível jornada, é todos os filmes que você já viu com um cachorro fofo tentando encontrar o dono, só que dessa vez com um cavalo. E na guerra. Não estou dizendo que você não pode gostar e achar fofo (ainda mais se você for o tipo de pessoa que gostou de Marley & eu), mas em que universo isso é um dos melhores filmes do ano?
Não vou nem falar mal do Steven Spielberg (que vem soltando filme pipoca-medíocre-mas-com-lucro há anos, seja como produtor ou como diretor), pq o problema não é a direção em si, mas a história. Adolescente ganha um cavalo, treina o animal, o pai bêbado vende o cavalo pro exército, adolescente tem uma crise não saudável qdo o cavalo vai embora e fica obcecado (sério, ele precisa de tratamento, é um cavalo), mais tarde o adolescente cresce e vai pra guerra, eles se juntam no final. Antes de se juntar no entanto o cavalo encontra um número de pessoas e passa por várias aventuras e... (spoiler/) todo mundo que ele encontra morre. Sério, o cavalo é o demônio. Fez amizade com ele, se ferrou. Como gostar desse animal do inferno? E é o filme mais clichê desse mundo, sem um nada de diferente que justificaria sua inclusão nessa lista. Vergonha, Oscar, vergonha.

Indicações: Melhor Filme, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som.
Devia levar: vergonha na cara.



TÃO PERTO E TÃO FORTE


(Extremely Loud & Incredibly Close. Stephen Daldry)

Todo ano temos aquele filme xis que ninguém nunca ouviu falar jamais na vida. Normalmente é um dos irmãos Coen (que sumiram, hein. Faz dois anos que eles não dão as caras), como O homem sério. Ano passado, foi Inverno da Alma, que até hoje não peguei qual foi a da indicação. É esse filme desconhecido que o Wilker vai apontar como preferido, pq ele é hipster demais pra gostar de favoritos. Esse ano a honra fica pra Tão Perto e Tão Forte, um filme tão xis que demorei muito pra conseguir achar um torrent decente.
Só que dessa vez, foi uma boa surpresa. Não, esse filme não deve ganhar nada (embora seja melhor do que Os descendentes, só pra colocar em perspectiva), mas ele é realmente bom. Conta a aventura de uma criança cujo pai (Tom Hanks, sempre ótimo) morreu nos ataques terroristas dos EUA, e deixou uma chave pra trás. A criança, que é tipo aqueles super dotados com manias e dificuldade de relacionamento, começa a procurar de quem é a chave, indo na casa de todo mundo com sobrenome Black em Nova York. São duas horas bem gastas do seu tempo, com momentos engraçados e emocionantes, e a Sandra Bullock (a mãe) chorando sem parar qdo está em cena. Falar de 11/set ainda é complicado nos Estados Unidos, mas esse filme não é sobre o terrorismo em si, mas em como lidar com a dor da perda de um ente querido. É bem feito, é fofo, e embora posso apelar um pouco demais pro emocional as vezes, vale a pena.

Indicações: Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Max Von Sydow).
Deve levar: um abraço e um aperto de mão.